Desde criança, minha brincadeira preferida era a tal "escolinha". Alguns anos depois, aqui estou, vivendo isso de verdade, todos os dias da semana. De repente surgiu uma oportunidade de dar aulas e não pensei duas vezes, com toda minha insegurança, ainda assim assumi essa responsabilidade. Nunca tive problemas em relação a paciência, mas, logo na primeira semana percebi que não é só de paciência que vive um professor.
Uma diferença pequenina é que meus alunos são diferentes, e eu não sabia se teria capacidade de lidar com uma novidade tão grande pra mim. A primeira semana eu apenas observei atentamente as características de cada um, e ao contrário do que pensavam, ao invés de me apavorar e pedir para sair, eu fiquei encantada e disse que gostaria de ficar.
Tratar de crianças que não são como as que eu tinha costume de conviver foi um desafio enorme, mas foi a partir daí que comecei a valorizar cada mínimo detalhe, cada abraço e sorriso deles, era como um presente diário. Sim, é difícil, mas é gratificante. Aprendi com eles o que é compaixão e resiliência e percebi que o mundo é muito simples se comparado com as incríveis histórias que moram na imaginação. Também aprendi a ter coragem e ser forte, insistir e persistir, valorizar e agradecer por cada avanço deles. Ser professor é isso, é ter filhos que foram gerados por outras mães, é amar e cuidar de cada um como uma preciosidade única no planeta.
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